quarta-feira, 21 de abril de 2010

25 de Abril de 1974




José Carlos Ary dos Santos foi (é...) um dos maiores poetas Portugueses do século XX. Homem de convicções fortes, de enorme coragem, que nunca se submeteu ao regime que
oprimia a sua capacidade criadora. Actualmente pouco se ouve falar deste "grande" das letras Portuguesas, assim como Teresa Silva Carvalho, também esquecida, na voragem do tempo. A memória dos povos, infelizmente, tem muitas falhas.
A canção que se escuta possui a raridade de reunir as qualidades de três artistas incomuns: a beleza das palavras de Ary, a invulgaridade da voz de Teresa e o génio de Albinone.


Que mais se pode pedir?






Ai quanto caminho andado
desde o primeiro poema
quanto furor amassado
com mãos de alegria e pena
ai quanto caminho andado
serena.

Chamo por ti mas tu não vens
dentro de mim te chamo
mas tu não estás
mas tu não vês
meu amor tu não és
quem amo.

Ai quanto caminho andado
sozinha dentro de mim
quanto amor ensanguentado
quanto arrancado jardim
ai quanto caminho andado
sem fim.




25 de Abril, sempre!









2 comentários:

  1. Belo poema! Bela voz!

    Não estão esquecidos... adormecidos, apenas. E um belo dia, sempre alguém abre a gaveta e os retiram sob a penumbra. À luz da memória, vez a vez, renascidos pela emoção do pensamento.

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  2. Caro Aílton

    Grato pelas suas palavras. Sim, de vez em quando, alguém abre uma gaveta...

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