segunda-feira, 19 de abril de 2010

25 de Abril de 1974


Dentro de 6 dias, completam-se 36 anos após a revolução de 25 de Abril de 1974. Passadas quase quatro décadas, parece pretender-se apagar da memória essa data, esvaziando-a de significado, modificando a sua génese, enviando para o caixote do lixo a história de muitos Portugueses, homens e mulheres, que lutaram até à exaustão, para que um dia, Portugal pudesse ser livre. O "Memórias e Novidades", nos próximos dias, irá recordar alguns, que estão esquecidos, para que, pelo menos neste recanto, a memória permaneça...
Iniciamos com José Afonso, nome maior da música Portuguesa do século XX.

"Vejam Bem"



Vejam bem
que não há só gaivotas em terra
quando um homem se põe a pensar
quando um homem se põe a pensar
Quem lá vem
dorme à noite ao relento na areia
dorme à noite ao relento no mar
dorme à noite ao relento no mar

E se houver
uma praça de gente madura
e uma estátua
e uma estátua de febre a arder

Anda alguém
pela noite de breu à procura
e não há quem lhe queira valer
e não há quem lhe queira valer

Vejam bem
daquele homem a fraca figura
desbravando os caminhos do pão
desbravando os caminhos do pão

E se houver
uma praça de gente madura
ninguém vem levantá-lo do chão
ninguém vem levantá-lo do chão

Vejam bem
que não há só gaivotas em terra
quando um homem
quando um homem se põe a pensar

Quem lá vem
dorme à noite ao relento na areia
dorme à noite ao relento no mar
dorme à noite ao relento no mar

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