Sexta-feira, 25 de Setembro de 2009
Se algum dia eu tiver uma,
peço aos amigos que inscrevam
palavras em minha lápide:
algum verso colhido de meu riso,
da dor ou da resignação. Não importa!
Mas quero o meu sorriso presente
na derradeira hora da benção
para que todos cantem comigo.
E se,nos tempos a virem,
nada tiver de meu
que compre uma lápide bela e vã,
e tiver que adormecer a cabeça
sob a sombra úmida de um canteiro,
peço-vos que guardem no coração
a minha mais pura lembrança.
E que o corpo seja húmus para a terra,
o meu coração seja vida para as flores,
e que o nome retorne ao que era:
palavra nas águas, brisa nas árvores.
Que todos os meus andrajos da vida
sejam devolvidos à mesma terra
de que foram feitos. Porque a alma,
esta eu devolvo pessoalmente
a Deus.
Novembro-2001
Postado por Ailton Rocha às 22:19
Marcadores: ailton rocha: poemas e canções
"Palavra e Melodia" traz-nos o esplendor da palavra de Aílton Rocha.
Palavra carregada com o peso e a beleza dos trópicos,relembrando os
clássicos da literatura desse tão belo País.À memória ressalta-me,de
imediato,um nome:Olavo Bilac...
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