" (...)E os outros na Rua do Gato que Pesca e nos pequenos hotéis de Paris e do mundo inteiro?´
É esta,sem dúvida,a proporção normal entre os refugiados,os emigrados,os exilados.E sempre assim será.
Exilados!
Um ou dois,quando muito,conseguem implantar o seu pavilhão no solo estrangeiro.
E os outros?Desaparecem lentamente na voragem,sem deixar rasto."
A Rua do Gato que Pesca é, provávelmente, a mais pequena rua de Paris. Aqui viveu,desde a infância até à idade adulta,Yolanda Foldes, húngara de nascimento e autora do livro com o mesmo nome. Não é considerada uma "grande escritora", mas,ninguém poderá negar a sua fidelidade narrativa ,em relação à vivência dos exilados, em Paris,no período entre as duas guerras mundiais. A história da família Barabas confunde-se com muitas outras, que se cruzaram naquele espaço,geográfico e temporal. Os Portugueses, também eles nação de diáspora, encontrarão,certamente, muitas similitudes,com a história de Annouchka. Quantas não poderiam ser escritas, pelos filhos dos emigrantes Portugueses? "Estórias" que a História ainda não contou, mas merecem ser preservadas, escritas, analisadas, para que este nosso mundo, cada vez mais pequeno, não continue a ser um cenário onde os "condenados da terra" se desvanecem "lentamente,na voragem,sem deixar rasto"
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