quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

L'albatros

                  










     L'Albatros

Souvent, pour s'amuser, les hommes d'équipage
Prennent des albatros, vastes oiseaux des mers,
Qui suivent, indolents compagnons de voyage,
Le navire glissant sur les gouffres amers.

A peine les ont-ils déposés sur les planches,
Que ces rois de l'azur, maladroits et honteux,
Laissent piteusement leurs grandes ailes blanches
Comme des avirons traîner à côté d'eux.

Ce voyageur ailé, comme il est gauche et veule!
Lui, naguère si beau, qu'il est comique et laid!
L'un agace son bec avec un brûle-gueule
L'autre mime, en boitant, l'infirme qui volait!

Le Poète est semblable au prince des nuées
Qui hante la tempête et se rit de l'archer;
Exilé sur le sol au milieu des huées,
Ses ailes de géant l'empêchent de marcher.

  Charles Baudelaire in "Les Fleurs du Mal"







                        O Albatroz

Muitas vezes, para se entreter, os homens da equipagem
Caçam os albatrozes, grandes aves do mar
Que seguem, indolentes companheiros de viagem
O navio que desliza sobre os abismos amargos

Mal são soltos sobre as tábuas
Os reis do azul,desajeitados e com vergonha
deixam cair tristemente as suas grandes asas brancas
como remos soltos arrastando no chão

O viajante alado, como está mole e com medo!
Ele,antes tão belo,como está cómico e feio!
Um queima-lhe o bico com o cachimbo
Outro imita o enfermo, coxeando!

O poeta é como o príncipe das nuvens
que assombra a tempestade e se ri do arqueiro;
Exilado na terra por entre as vaias
Suas asas de gigante impedem-no de andar.

  Charles Baudelaire in "As Flores do Mal"

  Assim é o Albatroz. Majestoso, suave e terno, grito de Liberdade planando entre o azul do céu e o azul do mar, afrontando ventos e tempestades, sofrendo fome e sede e frio, mas sempre belo.

  Nota: o vídeo retrata o albatroz errante, da Tasmânia. Enquanto marinheiro, não estive próximo, mas vi muitos, entre as Ilhas Falkland e  da Geórgia do Sul.

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