Da nossa varanda, ao entardecer, apreciamos a beleza das cores, o seu contraste, sentimos a brisa suave que nos refresca a pele, ao fim de um quente dia de verão...Calma e tranquilidade...mas, quantas vezes, reparamos como as núvens se torcem, numa curva doentia, como os tons de azul e laranja escurecem, até ao índigo e ao negro, como um grito de angústia que quer sair do peito e borbulha, em golfadas, pela nossa garganta,mas que acorrentamoss cá dentro, que controlamos, que mantemos preso, perdendo mais um pouco da nossa vida, cauterizando, a fogo lento, mais uma ferida no nosso coração.
Assim são os nossos estados de alma, as "Sobreposições", como lhes chamou o mestre Jorge Peixinho: melódicas mas dissonantes, harmoniosas mas com arestas, suaves mas ríspidas...
Sem comentários:
Enviar um comentário