quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Happy Thanksgiving






Over the river, and through the woods,
to Grandfather's house we go;
the horse knows the way to carry the sleigh
through the white and drifted snow.

 
Over the river, and through the woods,
to Grandfather's house away!
We would not stop for doll or top,
for 'tis Thanksgiving Day.

Over the river, and through the woods
oh, how the wind does blow!
It stings the toes and bites the nose,
as over the ground we go.

Over the river, and through the woods
with a clear blue winter sky,
The dogs do bark and the children hark,
as we go jingling by.

Over the river, and through the woods,
to have a first-rate play.
Hear the bells ring, "Ting a ling ding!"
Hurray for Thanksgiving Day!

Over the river, and through the woods
no matter for winds that blow;
Or if we get the sleigh upset
into a bank of snow.

Over the river, and through the woods,
to see little John and Ann;
We will kiss them all, and play snowball
and stay as long as we can.

Over the river, and through the woods,
trot fast my dapple gray!
Spring over the ground like a hunting-hound!
For 'tis Thanksgiving Day.

Over the river, and through the woods
and straight through the barnyard gate.
We seem to go extremely slow-
it is so hard to wait!

Over the river, and through the woods
Old Jowler hears our bells;
He shakes his paw with a loud bow-wow,
and thus the news he tells.

Over the river, and through the woods
when Grandmother sees us come,
She will say, "O, dear, the children are here,
bring pie for everyone."

Over the river, and through the woods
now Grandmothers cap I spy!
Hurray for the fun! Is the pudding done?
Hurray for the pumpkin pie!

Lydia Maria Child  1844 


                            


    

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Aniversário



Poema à Mãe

No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
          Era uma vez uma princesa
          no meio de um laranjal...

Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber,

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

Eugénio de Andrade

   Mãe


   Eu cresci.


   Cresci cedo (demasiado?) e rápido, como se o mundo fugisse à minha frente, como se o tempo escapasse tão rapidamente que não o conseguisse agarrar.


   Mãe


   Eu não sei escrever como os poetas, que tanto amavas, mas as palavras de outros, maiores do que eu, falam por mim.

  Mãe

  O meu coração cresceu e ficou tão grande que não consegui guardá-lo só para Ti, porque não entendia o amor de Mãe, porque não era capaz de perceber o quanto me querias proteger e quanto prezavas a vida que eu teimava em dar.


  E dei Mãe. Entreguei a minha vida, com ambas as mãos,até  o meu sangue regar a areia escaldante e deslizar para o vazio,satisfeito por o meu coração não ter medo.


  E corri mundo Mãe, com as Gaivotas no mar e com os Condores em terra;desci aos vales fundos, onde o Sol não chega,subi altas montanhas onde o Sol queima os olhos. Senti o frio vento Norte e a cálida brisa iluminada pelo Cruzeiro do Sul...

 
   Mas não me esqueci das rosas.

   Feliz Aniversário, Mãe.